26 Dec 2012

Passagem de ano com Feromona

Despertar com os Feromona. É a proposta da na Taberna das Almas para entrar em 2013.

As entradas custam 10 ou 15 euros. A festa arranca às 22h, com Gabriel Ferrandini e Pedro Sousa. Os Feromona lideram a contagem decrescente.
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Spending New Year's Eve in Lisbon? Make sure to check out the party taking place at Taberna das Almas. Muusic will be ensured by Gabriel Ferrandini, Pedro Sousa and Feromona.

Tickets cost 10 or 15 euros. Happy new year!

13 Dec 2012

The Kafkas: uma metamorfose no indie rock


João Garcia, Daniel Figueiredo, João Pereira e Fábio Silva são “quatro castiços” a aventurar-se no indie rock, que querem deixar uma marca na música portuguesa. Trabalham para dar a conhecer o seu som, que descrevem como psicadélico e feroz. Já cativaram atenções lá fora e preparam-se para lançar novo single e o primeiro videoclip. Os The Kafkas vão buscar ao escritor checo o nome e o processo criativo e são, sem dúvida, um nome a seguir em 2013.

Quem são os The Kafkas?
João Garcia - Os The Kafkas são basicamente quatro castiços que, desde fins de 2009, tocam juntos: João Garcia, vocalista e guitarrista, Daniel Figueiredo, guitarrista e teclista, João Pereira, baixista, e Fábio Silva, baterista. Somos um quarteto indie rock a dar os primeiros passos num mundo difícil e sobrelotado, mas com uma mobilização insuficiente que é o mundo da música portuguesa.

Quando e como surgiu este nome para a banda?
O “apadrinhamento” do Kafka ao nosso projecto surgiu com o início da banda. Foi o primeiro nome que tivemos mesmo antes de sermos os quatro. O nome The Kafkas, na altura, estava mais relacionado com a fonética da palavra, com o som rock que achamos que tem. Mas o tempo foi passando, nós crescemos e amadurecemos e cada vez mais o nome The Kafkas tem um peso na nossa música e na relação com que encaramos o nosso processo criativo, por isso hoje em dia, está relacionado não só com a fonética da palavra mas também com a inspiração que o Kafka é para todos nós e o que o seu trabalho representa a nível mundial. É um escritor incontornável.

Há cerca de um ano gravaram o primeiro trabalho de estúdio. Como descrevem a vossa demo?
A nossa primeira demo, gravada no Estúdio Eléctrico em Dezembro de 2011, foi a primeira experiência em estúdio e significou acima de tudo a primeira maneira de dar a conhecer as nossas músicas ao mundo. Por isso, quando fomos para estúdio delineámos que, para além de ser um pouco um rescaldo daquilo que fazemos enquanto banda, tinha de ser algo que pudesse facilmente ficar nos ouvidos das pessoas e criar nome para a banda. 

Têm planos para novas gravações ou um disco de estreia?
De facto, muito recentemente estivemos em estúdio a editar um novo single. Achamos que está na altura de mostrar mais um pouco dos The Kafkas. Também iremos gravar em breve o nosso primeiro videoclip e quem sabe mais alguns! Nos próximos tempos queremos mobilizar a banda e causar um impacto mais significativo no meio. Por enquanto, ainda é cedo prever o disco de estreia, mas queremos trabalhar para projectar os The Kafkas o máximo que conseguirmos.

São uma banda relativamente recente. No entanto, têm uma sonoridade e identidade muito bem definidas. Como é que chegaram a esses conceitos?
Tentamos definir ao máximo, e cada vez mais, o que é o som dos The Kafkas porque ouvimos tanta música, tantos artistas diferentes, que acabamos por querer abraçar várias influências e estilos diferentes, embora achemos que temos o caminho que queremos prosseguir com as nossas músicas está bem definido. Apesar de sermos indie rock, olhamos para nós como um indie rock um pouco mais psicadélico ou mais feroz (à parte de alguns temas incontornavelmente mais comerciais), e nas nossas actuações ao vivo percebe-se sempre melhor esse lado mais rockeiro.

Onde entram as influências no universo da vossa música?
As nossas influências são provenientes de praticamente tudo aquilo com que estamos em contacto no dia-a-dia, não só da música, como da literatura ou do cinema. E mesmo de conversas mundanas que acabam por influenciar mais ao nível de letras.

Participaram na festa da Universidade Nova, com bandas como Capitão Fausto e Os Pontos Negros. Apesar de cantarem em inglês, enquadram-se nesta nova vaga da música portuguesa, de bandas rock e sonoridades diferentes?
Bem, é uma pergunta difícil. Bandas como os Capitão Fausto são bastante diferentes daquilo que se faz até a nível internacional e a quem o português dá uma identidade muito própria. No nosso caso, o inglês é indissociável da música que tocamos e, embora sejamos bastante patriotas e amantes da cultura do nosso país, a nível de expressão artística essa é a nossa língua. De resto, queremos ser encarados mais como uma banda essencialmente de rock, que pode não mudar o mundo, mas que consegue captar a sua atenção, a começar por Portugal. Achamos que Portugal está recheado de bandas boas que merecem oportunidade de atingir maior sucesso quer a nível interno como a nível internacional e nós, sem dúvida, queremos estar ao lado dos que darão que falar.

Têm procurado canais diversos para divulgar o vosso projecto, como o concurso ContrabandIST, que venceram. É o empreendedorismo aplicado à música?
É difícil uma banda ganhar reconhecimento sem ter que penar, sem ter que dar concertos para meia dúzia de pessoas (que acabam por servir de treino para palcos maiores), sem ter que gramar com organizações de concertos desorganizadas e incompetentes. Por isso, há no início de um projecto musical esse lado de empreendorismo, temos que divulgar aquilo que nos dá prazer que é a nossa música e não é um trabalho fácil pois meio mundo não está nem aí e o outro meio se calhar até gosta, mas se não fores chato a coisa não pega. Concursos de bandas, como o ContrabandIST ou o Live Music Experience (onde estamos a participar agora) são um meio importante para divulgar a música, arranjar concertos para pessoas externas ao ambiente da banda e divulgar o nome.

A vossa música já passou numa rádio de Filadélfia e noutra do Canadá. Como é que isso aconteceu?
Conseguimos pôr a nossa música a rolar no estrangeiro, por exemplo na BreakthroughRadio.com, rádio nova-iorquina que, num programa dedicado à música de Lisboa, nos seleccionou como uma das bandas promissoras do panorama da música lisboeta. Também passámos na rádio Asas do Atlântico a convite de um português residente no Canadá e pela mão da organização do Rock in Amadora. Como o nosso maior objectivo é saltar além fronteiras, o reconhecimento estrangeiro é óptimo, mas gostaríamos que em Portugal houvesse um pouco mais de atenção para aquilo que se faz porque sentimos que há muito compadrio na maneira como as bandas chegam ao topo.

Gravaram recentemente para o Balcony TV? Que material apresentaram?
Fomos gravar à Balcony TV o tema ‘Blue Jungle Lights’ que é uma música que esperemos que nos próximos tempos dê que falar. Um lado mais experimental e psicadélico dos The Kafkas. A gravação foi rápida, num take gravámos a música com uma pequena entrevista de apresentação da banda na varanda lisboeta da Balcony TV. A experiência foi muito porreira, aquilo é no Jardim do Torel que é um espaço muito agradável. A malta de lá é impecável e cenas em varandas hoje em dia estão a ter sucesso!

Como vai ser 2013 para os The Kafkas?
2013 é basicamente uma incógnita. A única coisa que sabemos é que começará com músicas novas e novidades audiovisuais. De resto, vamos à procura de oportunidades, tentar desenvolver os The Kafkas e tentar dar que falar o máximo que conseguirmos. Vamos andar na luta e toda a gente que estiver interessada ou entusiasmada com o projecto é muito bem vinda a entrar em contacto connosco!

Os The Kafkas disponibilizam três demos para download gratuito no bandcamp
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The Kafkas is the Lisbon-based band of João Garcia (vocals and guitar), Daniel Figueiredo (guitar and keyboard), João Pereira (bass) and Fábio Silva (drums). The draw inspiration from German-speaking writer Franz Kafka and associate with indie rock music.

In this interview to Urban Blues they talk about their history so far, their upcoming work and their struggle to be known.

Hear them out and download free demos at The Kafkas' bandcamp.

8 Dec 2012

Roteiro Urban Blues | Vodafone Mexefest: dia 2


Depois de um concerto marcante dos Alt-J, o segundo dia do Vodafone Mexefest traz Django Django, Escort, Michael Kiwanuka e muitos outros.

O conselho para hoje é que se aproveite o máximo de cada concerto. Não vale a pena andar a pular de sala em sala. Perde-se muito tempo nas filas - as entradas não estão fáceis este ano - e o resultado é não ver quase nada dos espectáculos.

O desafio é escolher. É que hoje há muitos e bons concertos à mesma hora. O Urban Blues sugere o roteiro para o segundo dia do festival.

Vitorino Voador
20:30-21:20
Altis Avenida Hotel

Nice Weather for Ducks
21:15-21:30
Vodafone Bus II

Michael Kiwanuka
21:30-22:30
Teatro Tivoli BBVA

Noiserv 
22:20-23:10
Cinema São Jorge - Sala Manoel de Oliveira

Django Django
23:05-00:05
Teatro Tivoli BBVA

Light Asylum
00:05-00:55
Sala Super Bock Super Rock - Ateneu Comercial de Lisboa 

Efterklang
00:15-01:30
Cinema São Jorge - Sala Manoel de Oliveira

Escort
00:25-01:40
Ritz Clube

Ms Mr
00:50-01:35
Estação Vodafone FM - Estação do Rossio

Moodymann
02:00-04:00
Ritz Clube
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For the second day of Vodafone Mexefest, main advice is: stick in one room to see a full show. It's better than going from venue to venue since it's been quite difficult to face long lines. 

Here's a suggestion of itinerary for tonight's shows.

6 Dec 2012

Roteiro Urban Blues | Vodafone Mexefest: dia 1


O Vodafone Mexefest 2012 arranca já amanhã em Lisboa e há muito para ver. Não esquecer o calçado confortável para correr entre salas e o plano de ataque a todos os concertos, antes que os espaços encham.

O Urban Blues recomenda o roteiro para o primeiro dia do festival: 

Juba
16:00-16:35
Cabaret Maxime

The Interzone
16:50-17:25
Cabaret Maxime

Samuel Úria e Convidados
21:00-22:00
Teatro Tivoli BBVA

Manuel Fúria e Os Náufragos
22:20-23:10
Cinema São Jorge - Sala Manoel de Oliveira

Alt-J
22:45-23:35
Teatro Tivoli BBVA

Bigott
23:00-23:50
Ritz Clube

Cody ChesnuTT
23:25-00:25
Estação Vodafone FM - Estação do Rossio

The 2 Bears
23:45-01:45
Sala Super Bock Super Rock - Ateneu Comercial de Lisboa 

Little Boots
00:20-01:20
Cinema São Jorge - Sala Manoel de Oliveira 
 
Trus'Me 
02:00-04:00 
Cabaret Maxime
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The first day of this year's edition of Vodafone Mexefest in Lisbon will feature bands such as Alt-J, Little Boots and Bigott.

Be sure to wear confortable shoes and make a time schedule to attack all the different concerts and venues in Avenida da Liberdade.

Check the info about the concerts above for a special sugestion of what to see recomended by Urban Blues. 

2 Dec 2012

Seether trazem Heaven's Basement a Portugal


A pôr fim à longa espera dos fãs, os Seether estrearam-se em Portugal com concertos no Porto e em Lisboa, a 24 e 25 de Novembro. Os sul-africanos apresentaram o último álbum e os maiores sucessos da banda, sempre próxima do público. Mas foi difícil superar a primeira parte, a cargo dos britânicos Heaven's Basement.

Entre os cinco discos no mercado, foi o mais recente álbum que mereceu maior destaque na sala TMN Ao Vivo, em Lisboa. Holding Onto Strings Better Left to Fray, trabalho lançado em 2010, pela banda de Shaun Morgan, Dale Stewart e John Humphrey, trouxe ao alinhamento músicas como 'Fur Cue',  'No Resolution', 'Here and Now', 'Tonight' e 'Country Song'.

Em concertos de estreia, não faltaram alguns dos maiores êxitos da banda, que ganhou nome em 2004, com a colaboração com a vocalista dos Evanescence, Amy Lee. 'Broken', o resultado dessa parceria, viria a ser um dos momentos altos do concerto e um dos mais aplaudidos por um público que entoou todas as letras.

O trio de África do Sul retribuiu o carinho dos portugueses e, num espaço que se presta a isso, esteve sempre próximo das primeiras filas. O baixista/guitarrista Dale Stewart distribuiu palhetas a todos os fãs que pediram, John Humphrey entregou as baquetas com as quais protagonizou um solo durante a actuação, enquanto o vocalista Shaun Morgan agradeceu ao público embora timidamente escondido atrás do cabelo comprido.

Houve ainda tempo para uma cover ('You Know You're Right', Nirvana) antes do encore, que arrancou com 'Fake It'. Seguiu-se 'I'm the One' e 'Remedy' fechou o alinhamento, com o público a cantar a plenos pulmões aquele que é o maior hit dos Seether e a desejar logo ali o regresso da banda a palcos portugueses.

Mas se os Seether foram os cabeças de cartaz da noite, a banda que os antecedeu não fez só o warm up da noite. Os Heaven's Basement deram um concerto difícil de seguir, com guitarras e bateria a rebentar. A banda britânica surpreendeu toda a gente e um vocalista entusiasmado conseguiu mesmo agarrar o público. Aaron Buchanan ficou igualmente surpreendido com a recepção e arriscou num stage dive bem-sucedido.

Ao lado de Buchanan, Sid Glover brilhou na guitarra como um verdadeiro veterano do rock. Rob Ellershaw assegurou o baixo, enquanto Chris Rivers deu espectáculo na bateria. O grupo já lançou dois EPs e vai editar em Fevereiro o primeiro álbum de estúdio - Filthy Empire.

Mas o forte dos Heaven's Basement está nas actuações ao vivo e, para quem não esteve nos concertos em Portugal, as tours sucessivas são prova disso mesmo. Entre elas, contam-se as primeiras partes de bandas como Papa Roach, Theory of a Deadman, Tesla e Bon Jovi. Em Outubro, entraram nos Estados Unidos pela mão dos The Darkness.

Banda que vale a pena seguir, os Heaven's Basement são mais um produto que atesta a qualidade da música britânica. Como se ainda houvesse dúvidas.

Fica o alinhamento:
'Unbreakable' | 'Can't Let Go' | 'Fire, Fire' | 'I am Electric' | 'Nothing Left' | 'Reign' | 'X Day'

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Fans have been waiting for quite a long time for Seether to come to Portugal. IIt finally happened on November 24th and 25th, with two concerts in Porto and Lisbon. But the South African band faced the tough challenge of following up Heaven's Basement, the band in charge of warming up the crowd and who ended up delivering a power concert worthy of a headliner.

The last one of Seether's five published records had a special attention in the set list of the shows. Holding Onto Strings Better Left to Fray was released in 2010 and includes songs such as 'Fur Cue',  'No Resolution', 'Here and Now', 'Tonight' and 'Country Song', which were played in Lisbon.

The band didn't fail to bring some of their major hits, like 'Broken'. The song that had the collaboration of Evanescence's lead singer Amy Lee brought Seether to the spotlight in 2004. It was also one of the better moments of the night with the crowd singing along all the lyrics to the song.

The group of South Africa was close to the fans. Bass and guitar player Dale Stewart gave away guitar picks to everyone who asked and John Humphrey handed his drumsticks. Hiding behind his long hair, Shaun Morgan thanked people for their support.

There was enough time for a cover ('You Know You're Right' by Nirvana) just before the encore. 'Fake It' and 'I'm the One' brought the band back to the stage. With 'Remedy' the band wrapped up the show while the crowd sang along to what is probably Seether's greatest hit.

Before Seether, Heaven's Basement put on a great show, hard to follow. The drums and guitar were bursting up while the voice and energy of Aaron Buchanan grabbed the crowd. The British group was surprised by the reaction of the Portuguese crowd and Buchanan, the lead singer, even risked on a successful stage dive. It was pretty obvious that the band enjoyed the welcoming reaction by the fans of Seether.

Heaven's Basement would be incomplete without Sid Glover, the guitar player who performed as a real rock veteran. Rob Ellershaw mastered the bass while Chris Rivers amazed with his drums skills.

The band has two EPs and is about to released the first album studio. Filthy Empire will be out in January 2013. But their greatest strength is in live performances and many bands have recognised that. Heaven's Basement opened up for bands such as Papa Roach, Theory of a Deadman, Tesla and Bon Jovi. The Darkness invited them to the US, in October.

Heaven's Basement is a band worth following. And they're another proof that the UK delivers some of the best music worldwide, regardless the genre. For those who weren't sure of it by now.

24 Nov 2012

Talkfest ’13: falar de música com música



Texto originalmente publicado em Look Mag
Por que é que há cada vez mais pessoas nos festivais de música? De onde vem o interesse das marcas nestes eventos? Os festivais portugueses vão crescer ou entrar em declínio? Estas perguntas vão estar em destaque no Talkfest ‘13, ciclo de conferências e concertos para falar e ouvir boa música.
Depois do sucesso da primeira edição, o Talkfest regressa em 2013 e acontece 6 e 8 de Março no ISEG. Os oradores anunciados convencem a garantir já a entrada para o evento e incluem nomes como António Freitas (Antena 3 Rocks), Joaquim Albergaria (PAUS), Hunter Halder (Re-food), Rui Miguel Abreu (Antena 3/Blitz) e Zé Pedro (Xutos e Pontapés).
Num evento sobre música, não podiam faltar concertos e o cartaz juntou algumas das bandas nacionais de quem mais se fala ultimamente. E há razões de sobra para falar delas, mais ainda para as ver ao vivo na Aula Magna (por 10 euros).

Capitão Fausto (6 Março)
Tiveram uma ascensão meteórica e percebe-se porquê. Trouxeram uma lufada de ar fresco à música portuguesa com a sua pop progressiva e instalaram-se entre os nomes mais interessantes das bandas actuais. Gazela é o primeiro disco editado pelo grupo, do qual fazem parte Tomás Wallenstein, Domingos Coimbra, Manuel Palha, Francisco Ferreira e Salvador Seabra. Materializam influências de Arctic Monkeys, Beatles, Tame Impala, Jimi Hendrix e Pink Floyd.
Depois de um Verão preenchido com actuações em palcos importantes, desde o Super Bock Super Rock ao Paredes de Coura, sem esquecer o Bons Sons, continuam cheios de vontade de trabalhar. No último mês lançaram dois novos telediscos (‘Verdade’ e ‘Sobremesa’) e continuam a preparar o próximo álbum.


Salto (6 Março)
Do Porto têm chegado bandas de talento enorme e ímpar. Os Salto são um desses fenómenos recentes e trazem melodias frenéticas com refrões que ficam logo no ouvido. É música jovem com cor e muita qualidade. Guilherme Tomé Ribeiro e Luís Montenegro fazem misturas fora de série e música muito boa. Os primos formam a dupla que está a conquistar um lugar (merecido) no panorama nacional, daqueles que duram uma vida. Fazem-se acompanhar de Tito Romão na bateria.
O álbum homónimo está praticamente todo a rodar pelas rádios nacionais. Nas redes sociais, o campeão de partilhas mais recente é a remistura que os Salto fizeram do single ‘Verdade’, dos Capitão Fausto.


doismileoito (7 Março)
Também do Norte, os doismileoito não nasceram em 2008. Pedro Pode, Nicolau, André Aires e Bruno Testo fazem parte desta banda, cujo primeiro trabalho se conhece em 2009 com disco homónimo. Dele sobreviveram até hoje singles bem conhecidos como ‘Bem Melhor’.
Com a calma de quem constrói sabiamente um legado, lançaram, em 2011, Pés Frios. O segundo disco trouxe singles que vão sobreviver longos anos (‘Quinta-feira’, ‘Pés Frios’, ‘Conta Contigo’). Dizem de si próprios que fazem canções para cantar, “letras para entoar e melodias para assobiar ou trautear” Não há dúvida de que há aqui poesia e música boa.


Os Pontos Negros (7 Março)
Foram dos primeiros a repescar o roquenrole à portuguesa e a fazer dele moda recente. O karma trouxe-lhes uma recompensa de peso este ano, quando tiveram oportunidade de gravar nos estúdios de Abbey Road o seu mais recente trabalho. Chama-se Soba Lobi e foi editado pela Optimus Discos, onde está disponível para download gratuito. São mais dez histórias – gravadas nuns impressionantes três dias - contadas ao verdadeiro estilo d’Os Pontos Negros: em articulação plena de guitarras e palavras.
Jónatas Pires, Silas Ferreira, Filipe Sousa e David Pires andam a promover este que é já o seu quarto disco de originais. A 13 de Outubro, montaram festa rija no Ritz Clube para a apresentação oficial de Soba Lobi.


PAUS (8 Março)
Foi depois da actuação brilhante no Optimus Alive ’12 que o nome PAUS começou a ser mais comentado, cá e lá fora. Nada mais merecido para a banda de Joaquim Albergaria, Hélio Morais, Makoto Yagyu e João Pereira. As baterias dominadas por Joaquim Albergaria e Hélio Morais lançam as bases ritmadas e poderosas do som verdadeiramente único dos PAUS; não há um vocalista definido e as poucas vozes que se ouvem nas músicas são abafadas pelos instrumentais. (Não foi à toa que a NME destacou a banda com uma entrevista depois do concerto do Alive.)
Verdade é que, mesmo com um repertório pequeno, os PAUS já tocaram em todos os grandes festivais em Portugal e têm tido concertos muito concorridos. Foi assim que encontram também um CCB, a 26 de Outubro, onde o álbum de estreia, homónimo, se apoderou do alinhamento.


O Urban Blues sugere:
Para celebrar os escassos raios de sol: 'A While Can Be a Long Time', You Can't Win, Charlie Brown
Para ler um livro à frente da lareira: ‘Airports & Broken Hearts’, Walter Benjamin
Para ouvir a caminho das manifestações: ‘Que Força É Essa’, B Fachada (Minta/João Correia)
Para aprender até ao Vodafone Mexefest: ‘Buffalo’, Alt J feat. Mountain Man

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Our collaboration with Look Mag in November speaks about an upcoming event about music festivals that happen in Portugal. Not only there are more and more festivals but also they are being recognised out there for their great line-ups and ambience.


Talkfest '13
will take place between March 6th and 8th. Lots of guests will talk about their experiences in the music industry.

Such a music event couldn't happen without some of the most exciting bands right now. Paus, Capitão Fausto, Os Pontos Negros, Salto and doismileoito will be performing at Aula Magna, for 10 euros a night. Check the videos above to get to know the Portuguese bands.

19 Nov 2012

Passagem de ano com Dead Combo

Começam a surgir as primeiras sugestões para a passagem de ano. A Smog propõe uma ManiFESTA, com música dos Dead Combo para celebrar a meia-noite.

A Fábrica Braço de Prata abre portas a uma festa diferente. Dedicada à música e à cultura portuguesas,a ManiFESTA vai ter espaço e animação para toda a gente. A festa acontece em várias salas ao mesmo tempo e convida os participantes a circular entre os diferentes ambientes.


Para já, sabe-se que a música começa a partir das 22h30 e está a cargo dos Penicos de Prata, quarteto que vai buscar letras à poesia portuguesa e musica palavras de autores como António Botto , Ernesto Manuel de Melo e Castro , Fernando Pessoa e Adília Lopes.

Tó Trips e Pedro Gonçalves, cujo projecto conjunto ganhou novo fôlego este ano, compõem o grande nome desta festa. Lisboa Mulata é o último álbum da banda e deverá estar em destaque a 31 de Dezembro.

A noite tem ainda animação de Basttet & The Burlettes, companhia de dança burlesca, ou de inspiração vintage.

A entrada paraa ManiFESTA custa 20€ até 30 de Novembro, 25€ de 1 a 30 de Dezembro ou 30€ no dia 31 de Dezembro. A aquisição do livre-trânsito tem de oferta do kit adequado à temática da festa, incluindo uma mini e 12 tremoços.
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Looking to spend new year's eve in Lisbon? Here's a party you would like to start 2013 in.

It will take place at Fábrica Braço de Prata and Portuguese culture is the main subject. Thus, music is secured by the Portuguese band Dead Combo (who recently appeared at Anthony Bourdain's show recheaging iTunes top spots in the US).

There will be a poetry session by Penicos de Prata, a quartet who puts poems by Portuguese writers into music. 

A burlesque group will bring some colour to the party.

Tickets for the ManiFESTA cost 20 euros until November 30th, 25 euros between December 1st and 30th and 30 euros on the day of the party.

18 Nov 2012

Alt-J live on KEXP


(Tanta vontadinha de ver isto ao vivo!)
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(Can't wait to catch a live performance.)

13 Nov 2012

There Must Be a Place editado pela Optimus Discos


Catarina Salinas e Ed Rocha Gonçalves (Best Youth) e André Tentugal (We Trust) juntaram forças criativas num projecto diferente.

O que começou por ser uma tour por salas de Norte a Sul de Portugal, evoluiu para um registo diferente do planeado. Best Youth e We Trust tocavam músicas próprias, mas logo as bandas do Porto perceberam que o projecto tem uma identidade única. 

A 22 de Novembro, é lançado o fruto do trabalho desenvolvido na tour There Must Be a Place, sob a forma de um álbum com o selo da Optimus Discos. 

Até lá, os músicos vão continuar a preparar os espectáculos, marcados para as seguintes datas:
12 Dezembro 2012
Auditório Municipal de Vila do Conde
 

19 Janeiro 2013
Auditório Edifício da Moagem (Fundão)


2 Fevereiro 2013
Cine Teatro de Estarreja


9 Fevereiro 2013
Teatro Ribeiro Conceição (Lamego)
 

16 Fevereiro 2013
Centro de Artes e Espectáculos (Portalegre)


9 Março 2013
Centro Cultural de Belém (Lisboa)


13 Março 2013
Casa da Música (Porto)


16 Março 2013
Centro Cultura de Ílhavo (Ílhavo)
 

30 Março 2013
Casino Figueira


Fica o convite:
 


11 Nov 2012

Misty Fest: B Fachada, a.C. e d.C.


2012 foi um ano de viragem no estilo de B Fachada. O álbum Criôlo ("um disco cor-de-laranja", como explica de forma simples o músico) marca a inflexão para os sons electrónicos. As teclas e os botões substituíram ocupam agora o cenário das actuações de B Fachada, que levou o aparato ao palco do Centro Cultural Olga Cadaval, no segundo fim-de-semana do Misty Fest.

Ainda anda a promover Criôlo e já tem novo trabalho na calha (a reedição de Os Sobreviventes, de Sérgio Godinho, está disponível a partir de 12 de Novembro). A esta produção fértil nos habituou B Fachada, com os mais de dez discos lançados desde 2007. Sabemos também que se deve esperar uma reinvenção constante do músico. Foi com esta expectativa que o público entrou para a sala do Olga Cadaval; uma excitação notória, um entusiasmo pequenino mas sólido, de quem segue o artista há  algum tempo.

No palco, o sentimento era algo mútuo e B Fachada começa por dizer ser bom tocar em casa. Pede também que o público se levante, caso a diversão chegue a tanto (não chegou). Arranca logo com músicas de Criôlo, de onde é retirado 'Afro-xula', single que a audiência reconhece de imediato.

Vai buscar a guitarra, reminiscência de um tempo a.C. (antes de Criôlo), e interpreta 'Tema do Melancómico'. A ela volta algumas vezes durante o espectáculo. Deste tempo fazem parte muitas das músicas que o público vai pedindo, a dar provas de que há fãs de longa data no auditório.

Segue-se a homenagem a 'Carlos T' e o público mergulha nos anos 80. Por vezes, é difícil não nos imaginarmos a olhar para a cabine de um DJ (possivelmente, de uma discoteca africana). Noutras, imaginamo-nos num bar de karaoke (um karaoke "sofisticado", descreve o músico).

Pede-se um improviso e B Fachada foge ao alinhamento para aceder às vozes do público, sempre divertido e animado. O concerto entra na recta final quando se ouve 'Sozinho no Roque'; o músico multifacetado prescinde dos microfones e da spotlight (para pânico da produção) e vagueia pelo palco a entoar as suas letras acutilantes e às vezes provocadoras.

B Fachada ainda regressa ao palco duas vezes. Ouve os gritos da audiência e aceita tocar mais uma. 'Estar à Espera ou Procurar' fecha o alinhamento de uma noite que provou que B Fachada é um artista da nova geração da música portuguesa que, irreverente à sua maneira, consegue ser seguido por muitos e suscitar a curiosidade de outros tantos.

iTunes Festival 2012


We love videos of concerts. So, here's a bunch of them. iTunes Festival 2012 took place in London in September and we can now revisit the shows.
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Gostamos de ver vídeos de concertos, é um facto. O iTunes Festival de 2012, que aconteceu em Setembro em Londres, traz agora um monte de vídeos de alguns dos artistas mais falados da actualidade.

Jack White

Mumford and Sons

Muse

Ed Sheeran

deadmau5

9 Nov 2012

Misty Fest: Supernada, os heróis da moral


Em dez anos de existência lançaram um único álbum. Tudo é possível para os Supernada, que retomaram actividade com o concerto no Cinema São Jorge, ao terceiro dia do Misty Fest.

É só ao fim de alguns temas que os Supernada cumprimentam o público com um "boa noite", repetido ao longo do concerto. Não são precisas muitas palavras para a banda que diz tudo na sua música - das reflexões pessoais às lições da moral pública. São elas que abrem espaço aos Supernada no meio da música alternativa, a par de uma sonoridade muito particular e única. Os concertos seguem esta linha, com a banda em tom reservado mas sem timidez na forma de tocar.

O principal responsável por este estilo está ao centro no palco, já sem tshirt, como é seu apanágio. Dá as costas ao público, enquanto bate nos pratos da bateria de Francisco Fonseca. Ao lado estão ainda Rui Lacerda (guitarra), Eurico Amorim (teclas), Miguel Ramos (baixo). É Manuel Cruz a alma dos Supernada, como o foi sempre em todos os projectos que foi somando ao longo dos dez anos que nos separam do fim dos Ornatos Violeta.

É ele que continua a escrever as letras marcantes e impressionantes que não encontram igual na música portuguesa. E é bom vê-lo em palco, a sentir cada palavra até ao seu significado mais profundo, e é essa a motivação principal do público presente na sala. Depois, há em si o génio musical, capaz de fazer música até com um iPhone - como mostrou no palco do São Jorge.

Tudo isto faz parte de uma banda madura e confortável no espectáculo ao vivo que, aliás, está agora a percorrer salas em todo o país. Ao mesmo tempo, os Supernada estão a dar destaque ao álbum Nada é Possível e acabam de lançar o vídeo para o tema 'O Meu Livro', que marca a recta final do concerto no Misty Fest.

Está previsto o encore da praxe mas, muito prático, Manuel Cruz salta o intervalo e os Supernada seguem para os últimos temas: 'Invisível Mundo' e 'Nova Estrela'. O público agradece com um aplauso sonoro.


Alinhamento
Quanto Tu Me Entregas | Nada de Deus | Ovo de Silêncio | Passar à Volta | Animais à Solta | Espuma | Manhã de Cinzas | Isto Não é Nada | Estética da Ética | O Meu Livro | Perigo de Explosão | Arte Quis Ser Vida | Letras Loucas | Lobos da Noite | Sonho de Pedra | Pai Natal | Anedota | Invisível Mundo | Nova Estrela